(Foto: Divulgação/AVSIBrasil)

Venezuelanos chegam em Mato Grosso para trabalhar em cozinhas de fazendas de Campo Novo e Nova Mutum

Quatro migrantes venezuelanos desembarcaram em Cuiabá durante o final de semana, para iniciar uma nova fase de suas vidas, a partir de uma oportunidade de trabalho. Três venezuelanos vão para a cidade de Campo Novo do Parecis, e um segue para o município de Nova Mutum. A viagem de Roraima para Cuiabá foi realizada pela força-tarefa humanitária da Operação Acolhida.

Segundo informações da assessoria de imprensa, eles estavam abrigados em centros de acolhimento, juntamente com suas famílias, em Boa Vista e foram contratados para trabalhar como cozinheiros e oficiais de cozinha em duas unidades de produção agrícola na região.
 
 A oportunidade de emprego surgiu a partir de uma parceria entre a Sodexo On-site, que abriu o processo seletivo em Roraima, e a Associação de Voluntários para o Serviço Internacional (AVSI Brasil), que acompanhou as entrevistas dos venezuelanos e viabilizou a interiorização do grupo para Mato Grosso, através do projeto Acolhidos por meio do trabalho.
 
No primeiro mês, os novos contratados ficarão acomodados em alojamento equipado no interior da própria fazenda onde irão trabalhar. No próximo mês, os familiares também serão interiorizados, totalizando 12 pessoas. Eles serão acomodados em uma residência temporária por um período de três meses, garantida pelo projeto. As famílias irão contar com o acompanhamento de um assistente social para apoiá-las na integração com a comunidade local durante esse período.
 
Para a gerente do Acolhidos por meio do trabalho, Thais Braga, o projeto garante proteção e amparo neste momento de transição, garantindo tranquilidade para a empresa contratante e para o novo colaborador. “Nós entendemos que essas pessoas estão saindo de abrigos em Boa Vista e não contam com recursos para arcar com aluguel ou outras despesas neste momento. Por isso, acreditamos que durante este período, a família possa economizar seus proventos e, a partir do quarto mês, já ter autonomia, nosso maior objetivo”, explica.
 
Todos os novos contratados começam as atividades até o início de outubro. Eles já concluíram todas as etapas do processo seletivo e estão com as documentações e vacinas em dia. Em Cuiabá, eles também já passaram por exames da Covid-19 e todos apresentaram resultados negativos.
 
Para a Head de Diversidade e Inclusão da Sodexo On-site Brasil, Lilian Rauld, incluir colaboradores refugiados é mais do que contar com uma força de trabalho oriunda de outro país, mas significa prover ao refugiado condições dignas de se reafirmar como cidadão, além de oferecer aos colaboradores a oportunidade de um intercâmbio de conhecimentos. “Acreditamos que equipes diversas são mais engajadas e desempenham melhor, e a troca cultural desperta sentimentos de empatia, respeito ao próximo e um ambiente de trabalho mais humanizado e harmonioso”, afirma a executiva.
 
Crise na Venezuela
 
A Venezuela enfrenta uma intensa situação política, econômica e social, que foi reconhecida pela comunidade internacional como uma crise humanitária. Como resultado dessa crise, desde 2018 milhares de venezuelanos fugiram pela fronteira brasileira em busca de abrigo, gerando pressões sociais e econômicas no estado de Roraima, especialmente nas cidades de Boa Vista e Pacaraima. 

Segundo dados da Operação Acolhida, mais de 800 mil atendimentos foram realizados na fronteira entre Brasil e Venezuela desde o início da crise. Desse número, 264 mil refugiados e migrantes venezuelanos solicitaram regularização migratória no Brasil. O Comitê Nacional para Refugiados (Conare) já reconheceu 46 mil venezuelanos como refugiados no Brasil - a maior população com este perfil na América Latina, segundo o ACNUR.

Fonte: Olhar Direto

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