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Prefeitos avaliam criar empresa com R$ 4 bilhões de capital para assumir BR-163

Prefeitos de municípios cortados pela BR-163 avaliam criar uma empresa para administrar o trecho, com mais de 800 km, que será entregue pela Rota do Oeste em até dois anos. Os gestores da região temem que não apareçam empresas interessadas no novo processo de licitação e a rodovia fique abandonada, prejudicando a economia local e matando ainda mais pessoas.

Nos trechos urbanos, a rodovia é chamada há muito tempo de “corredor da morte”, pois é palco de acidentes quase que diariamente, muitas vezes fatais.

 

Ari Lafin, prefeito de Sorriso e presidente do Consórcio de Desenvolvimento Econômico e Socioambiental, o Cidesa Vale do Teles Pires, destaca que a empresa seria criada pelo Consórcio apenas no caso de a licitação ficar deserta. Nesse caso, os gestores avaliam buscar recursos na ordem de R$ 4 bilhões para garantir a duplicação da rodovia e realizar as manutenções.

“Se uma empresa da iniciativa privada entrar no processo, tiver interessados, não há problema nenhum. O que nós não queremos, como prefeitos e líderes da região, é não ter ninguém interessado e [fingir] que está tudo bem. ‘Vamos lavar as mãos e vai ficar como está’. Pessoas estão morrendo todos os dias. Nós não podemos mais aceitar a rodovia como ela está”, afirma.

“Nós, prefeitos, [estávamos] simplesmente culpando o governo do Estado, o governo federal, achando culpados... Chegou a hora dos líderes se apresentarem também. Então, nós estamos entendendo que a nossa responsabilidade nesse trecho é grande também”, completa.

Segundo Lafin, um grupo de prefeitos vai a Brasília nos próximos dias, junto a membros da OAB/MT e demais subseções envolvidas no debate, para pedir celeridade no processo licitatório. Lafin reforça que o Cidesa só vai entrar no processo se não aparecerem interessados que tenham “bala na agulha” - capacidade financeira para garantir a duplicação da rodovia e realizar as manutenções.

“O Consórcio Alto Teles Pires, através da presidência, do vice-presidente, o prefeito de Lucas do Rio Verde, Miguel Vaz, juntamente com todos os prefeitos do Consórcio, são favoráveis à troca da empresa. Nós aguardamos o mais rápido possível o anúncio do processo licitatório. Se der deserto, nós queremos ser uma alternativa”, destaca.

O processo de saída da Rota e de nova licitação é acompanhado de perto pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/MT), Associação de Produtores de Soja e Milho (Aprosoja), Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Sistema Famato), assim outros representantes políticos, econômicos e sociais da região.

O trecho que mais preocupa fica entre Nova Mutum a Sinop, onde a densidade demográfica é maior e as cidades são, literalmente, cortadas pela rodovia. Os quatro municípios nesse trecho, Nova Mutum, Lucas do Rio Verde, Sorriso e Sinop, têm um contingente populacional de mais de 360 mil pessoas, segundo estimativas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

FONTE: ESTADÃO MATO GROSSO 

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