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"A pancada é grande, mas não podemos parar", diz líder de caminhoneiros em MT

O nefasto efeito do aumento dos combustíveis, anunciado na última sexta-feira (17) pela Petrobras, já começou a ser sentido nas bombas, com aumentos próximos de R$ 1. Os primeiros a serem impactados são os motoristas que abastecem com diesel, em especial os caminhoneiros, que fazem o transporte de praticamente todas as mercadorias no país.

Nas redes sociais, ‘caminhoneiros influenciadores’, como Zé Trovão, já começam a incitar a categoria a cruzar os braços, assim como foi feito em 2018, na intenção de pressionar por uma mudança na política de preços da Petrobras.

 

 

Edgar Laurini, presidente do Sindicato dos Caminhoneiros de Tangará da Serra e Região, reconhece que não está fácil abastecer os caminhões, mas avalia que esses ‘influenciadores’ não representam a categoria.

“A pancada é muito grande para nós”, afirma Edgar Laurini, em entrevista ao Estadão Mato Grosso.

“Nós precisamos sentar com as autoridades e, assim, achar uma solução. O produtor rural não pode parar, nós caminhoneiros também não podemos parar. A atividade da gente é para manter o Brasil funcionando”, completa.

Edgar também lembra que a classe esperava uma redução no preço do diesel, pois o governo federal estava trabalhando para reduzir o Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) dos combustíveis e até zerar o imposto sobre o diesel, combustível que mais impacta na vida da população que usa transporte público e nos preços de todos os tipos de produtos.

O impacto da mudança no ICMS foi anulado antes mesmo de a medida entrar em vigor. Era esperada uma redução no diesel em até 80 centavos. Mas, antevendo um cenário de suposta ameaça de escassez de diesel no país, a Petrobras aprovou um aumento de 70 centavos nas refinarias. Atualmente, o litro do diesel é vendido nos postos de Cuiabá na faixa de R$ 7,77.

Para aliviar a situação, especialistas ouvidos pela reportagem sugerem que o governo poderia criar um subsídio diretamente para o setor do transporte, para evitar o agravamento da situação econômica brasileira. Afinal, o diesel é o combustível usado para transportar todos os tipos de produtos e, por isso, seu aumento impacta até mesmo no preço dos alimentos.

Nelson Soares Junior, diretor-executivo do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado de Mato Grosso (SindiPetróleo), afirma que o aumento é muito ruim para os postos, pois a renda da população não aumenta na mesma proporção e, como consequência, os postos acabam vendendo menos.

“Infelizmente, é uma situação que está sendo provocada mundialmente, não é só em Mato Grosso, nem no Brasil. Então, vamos torcer para essa guerra acabar logo e ver se o barril do petróleo arrefece para uns 80 dólares novamente”, pontua Nelson, citando a guerra na Ucrânia, que se aproxima de 120 dias e não tem previsão para se encerrar.

ETANOL EM QUEDA

Enquanto os preços dos combustíveis fósseis seguem em disparada, o etanol está em queda há quase dois meses em Mato Grosso. O indicador do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) mostra que a última semana foi de mais uma queda nos preços do etanol nas usinas.

A queda acumulada desde a inversão da curva de preços, no dia 22 de abril, já soma mais de 15%. O metro cúbico do biocombustível, equivalente a pouco mais de mil litros, é vendido por R$ 3.790, incluindo o ICMS de 12,5% e PIS/Cofins, sem frete.

 

FONTE: ESTADAO MATO GROSSO 

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