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Aumento na oferta faz preço do etanol despencar em Cuiabá e VG

O aumento da oferta de etanol em Mato Grosso tem permitido que o biocombustível seja comercializado por preços mais atrativos para os motoristas. Após ter atingido um preço máximo de R$ 5,77 em abril, o álcool combustível já é vendido em alguns postos de Cuiabá e Várzea Grande por até R$ 3,85. Isso tem permitido uma paridade abaixo de 60% em relação à gasolina, o que é bastante vantajoso para os motoristas.

O economista Vivaldo Lopes explica que o preço baixo do álcool combustível é uma questão sazonal, pois os produtores estão no período de colheita da cana-de-açúcar, seus estoques ficaram elevados e é mais lucrativo vender por preços mais competitivos.

 

“Para o produtor é mais caro ficar estocando. O custo de estoque é maior do que o custo de vender um pouco mais barato. Então, naturalmente, há aquela lei da oferta e da procura, o que é positivo”, afirma Vivaldo, em entrevista ao Estadão Mato Grosso.

Por outro lado, o economista aponta que pode ocorrer uma elevação nos preços do etanol para ficar mais próximo da paridade com a gasolina.

Outro possível cenário apurado pela reportagem é a possibilidade de as indústrias que processam a cana-de-açúcar “virarem a chave” da produção, do etanol para o açúcar. Isto é, as usinas podem reduzir sua produção de etanol para priorizar o açúcar, que tem subido de preço nas últimas semanas.

Vivaldo Lopes também vê um cenário em que a população tem feito esforços para reduzir o consumo de combustíveis, o que poderia tanto baixar os preços como incentivar as indústrias a produzirem mais açúcar do que etanol.

“Com o preço alto da gasolina, os consumidores estão fazendo ginástica para consumir menos. É natural que o preço do etanol reduza um pouco. Mas não dá para a gente entender que isso vai ficar permanentemente. Uma hora que você tiver na entressafra, a atividade da economia voltar, aumentar o consumo da gasolina, o etanol deve subir junto”, acredita Vivaldo.

MUDANÇAS - A competitividade do etanol frente à gasolina poderá sofrer um revés nas próximas semanas. Isso pode ocorrer porque o ICMS da gasolina, que atualmente é de 23%, deve ser reduzido para 18%, poucos pontos percentuais a mais que o imposto que incide sobre o etanol. Atualmente, o ICMS sobre o álcool é de 25%, mas há um benefício fiscal de 50%, o que reduz o imposto efetivo para 12,5%.

Informações obtidas pela reportagem apontam que o Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) deve se reunir nesta quinta-feira, 30 de junho, para deliberar sobre a padronização do ICMS dos serviços essenciais (incluindo combustíveis, conforme mudança recente na legislação).

De acordo com uma fonte ouvida pela reportagem, pode não ocorrer uma deliberação definitiva, apesar de dois estados já estarem cumprindo a nova determinação. Isso porque alguns Estados ingressaram com ação no Supremo Tribunal Federal (STF) para contestar a interferência da União sobre o imposto estadual.

FONTE: ESTADAO MATO GROSSO 

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